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Para
pecados menos agressivos à conduta ordinária dos homens,
e que portanto, prescreve-se-lhes, ainda, uma salvação,
Dante reserva alguns giros do Purgatório (sete ao todo). Ali,
as almas expiam seus pecados e estão ainda em posição
de galgarem o caminho do Paraíso Terreal. Estar no Purgatório
é estar a meio caminho do Paraíso, portanto, ainda que
se sofra lá de alguma forma, é bem melhor do que estar
no Inferno dantesco.
No Inferno temos 33 cantos, sendo o primeiro, introdutório, A Selva Escura (segundo estudiosos trata-se da época da vida de Dante em que ele se achava perdido, sem outras perspectivas senão a fuga, sendo cassado e tendo de mudar-se constantemente de lugar, para a casa de amigos com sua família - mulher e quatro filhos, sem poder voltar à sua cidade). Essa selva era um lugar do qual o poeta se vê subitamente impedido de sair por três animais simbólicos e alegóricos - um leão, uma pantera e uma loba, esta última magricela e faminta (Dante deixa claro que a loba é uma alegoria à Cúria Papal e seus asceclas). Ao ver a sombra de uma pessoa entre as árvores ele pede socorro - é Virgílio, poeta que cantou a história e a fundação de Roma, inspirado nas tradições poéticas gregas da Odisséia e da Ilíada de Homero. Virgílio, a quem Dante chamará de mestre daí em diante e a quem dedica sensível respeito, é habitante do Limbo, uma espécie de ante-câmara do Inferno, e o acompanhará em todas as etapas da viagem que empreende ao Inferno e Purgatório atendendo a uma solicitação do Céu, do próprio espírito de Beatriz, a eterna amada de Dante.
Nel
mezzo del cammin di nostra vita CANTO
I
- Na entrada do Inferno -
(trecho)
"A
meio caminho desta vida
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